Blood+




Inspirado no curta-metragem ”Blood: The Last Vampire“, Blood+ pega apenas a essência de seu ”predecessor“ e cria uma história muito rica e mais dramática do que o filme. Vários elementos cruciais estão lá, como a garota principal Saya, suas habilidades praticamente inalteradas, além de sua missão, de ser a única capaz de derrotar os Chiropterans, seres monstruosos sedentos por sangue e com a aparência de morcego. Porém após o término do filme, já que se trata de um curta-metragem, a história fica em aberto, o que seria decepcionante para muitos. É para preencher esse vazio que somos presenteados com Blood+.


Sinopse: Saya é uma colegial que tem uma vida normal com sua família adotiva. Porém, não consegue se lembrar de nada do seu passado, e o limite de sua memória é de 1 ano atrás. Saya foi adotada por um militar aposentado, que a cria junto com seus dois outros filhos também adotados, Riku e Kai. Quando Saya reencontra Hagi e ouve sua melodia, ela começa a se recordar da sua vida, mas a medida que sua memória retorna, os problemas de Saya também voltam. Assim, entra em uma batalha contra os Chiropterans, já que seu sangue é o único que pode derrotá-los. Entretanto, descobre não é a única rainha do Chiropterans. Diva, sua irmã gêmea(na verdade um pouco mais nova), pretende acabar com os humanos, junto com seus cavaleiros (chevalier). Amshel é o líder deles, que junto a Joel, descobriu os “casulos” de Diva e Saya ainda bebês. A história se passa com Saya lutando com os Chiropterans e com a própria irmã, para descobrir o seu lugar no mundo, como algo que não é um ser humano.
Não se pode dizer muito sobre o enredo, já que há o risco de haver spoilers. Entretanto sabe-se que há muitos detalhes no enredo e o número de episódios foi primordial para que a história se desenvolvesse de uma forma agradável, sem correrias e sem demoras. Como já foi dito aos poucos Saya vai se lembrando do que fez e do que tem que fazer, e as pessoas que estão ao seu redor vão sendo afetadas de todas as maneiras possíveis. Há também a existência do Escudo Vermelho, uma poderosa organização secreta que tem o dever de auxiliar Saya e fazê-la entender o que tem que fazer. Além da Cinq Flèches, todos envolvidos com os Chiropterans.




Os personagens Kai e Riku são também afetados a partir do momento em que Saya vai obtendo suas memórias. Hagi, que é um homem misterioso, é sempre fiel à Saya e a protege de tudo, além de seguir incondicionalmente suas ordens. Todos os personagens têm suas histórias contadas com detalhes suficientes para entendermos porque são assim hoje. Seus dramas do passado e seus momentos presentes são muito bem contados e convencem.
Certamente o enredo é o ponto mais firme do anime, e mesmo sendo basicamente centrado em Saya, todos são bem tratados e acabam influenciando a vida da mesma. Não há apelos para dramas incompreensíveis e todas as emoções dos personagens são tratadas com o cuidado de não errar como muitas obras erram. Não há clichês que estraguem a grande história, mesmo que o tema de uma só pessoa carregar o peso do mundo seja tão batido.
O anime também traz à tona pensamentos sobre muitas coisas que acontecem neste mundo real. Inclusive, talvez os americanos não devam gostar muito de Blood+, pois o exército e o governo americano são tratados, mesmo subliminarmente, como responsáveis por guerras tolas e de mentir mundialmente, mesmo que seja para usar pessoas como cobaias, para seus próprios interesses, além de serem egoístas.
Blood+ é uma excelente obra, realmente digna dos aplausos da crítica. Seu modo de contar a história, simples e detalhado, foi a tacada certa para o sucesso. Colocar um tema sombrio foi mais um mérito, afinal quem não gosta? E personagens carismáticos, para todos os públicos? Mais um ponto para o anime que, tem pequenos defeitos, mas nada que comprometa de fato essa obra digna da animação japonesa.