Comentário: O ódio entre as famílias Que e Capulet já subsiste há incontáveis gerações. Tromeo Que é um pobre punk, cheio de tatuagens e piercings. Juliet Capulet é uma menina rica vegetariana que é forçada pelo seu pai a casar com um talhante, ao mesmo tempo em que desenvolve uma relação lésbica com a cozinheira da família. Quando os Capulet organizam um baile de máscaras, Tromeo consegue infiltrar-se na casa da família rival mascarado de vaca, e conhece Juliet. O amor nasce no meio do ódio. Shakespeare deve estar a dar voltas no seu túmulo. Eis Tromeo and Juliet.
A adaptação do clássico inglês, pelo presidente da Troma, Lloyd Kaufman, é um atentado ao bom gosto e à intocabilidade do dramaturgo William Shakespeare. Um filme de baixíssimo orçamento, Tromeo and Juliet é grosseiro e violento, mas também é provavelmente um dos melhores filmes de série-B de sempre. Temos aqui exploitation, humor, escatologia, soft-core, gore e, supreendemente, uma belíssima história de amor. Destaque também para a realização de nível superior (para filme da Troma) e para a utilização do texto de Shakespeare quando os actores principais contracenam (nota-se perfeitamente que estão a ler o teleponto, mas isso é um pormenor irrelevante).
Não sendo uma adaptação fiel ao original, Lloyd Kaufman consegue conferir ao seu filme todo o espírito e energia de Romeo e Julieta. Isto é, se ignorar-mos as cenas onde se vêm mamilos a serem furados, ou pénis gigantes, ou mulheres a dar à luz pipocas, ou decapitações e desmembramentos, ou roedores enforcados, ou o facto do pai da Juliet ser um pedófilo incestuoso que gosta de trancar a filha numa jaula... Tirando isso, quem gostar de violência e sexo e não se enojar com cenas de bestialidade e projecção de vómito, tem aqui um agradável filme para a família! Procurai-o pois, petizada! Shakespeare como nunca imaginou!
Este filme é um produto genuinamente Tromático. Convém que não se deixem escandalizar com muitas meninas nuas a correr por todo o lado, máscaras de latex disformes e matéria verde a jorrar sempre que...desnecessário. Há personagens com apêndices (!?) de dimensões fora do comum, o gore está omnipresente e o humor é do mais macabro. Mas, afinal, a culpa é mesmo de Shakespeare! “Body piercing”, aquela moda de espetar no nariz, na boca ou pelo corpo, brincos, alfinetes ou outros objectos cortantes, já devia estar em embrião na época; desmembrar vivos ou mortos era corrente; e o sexo não era sempre dentro de parametros normais - para quem não saiba no tempo do bardo, eram os homens que interpretavam os papéis de mulheres. E se a guerra entre os Ques (leia-se “cues”) e os Capulets, e os amores iconoclastas de Tromeo e Juliet já vão dar muito que pensar, não se percam sobretudo os genéricos deste filme, verdadeiras pérolas do humor “à la Troma” onde se fica a saber quem fez o quê e como o fez, quem não entrou no filme, qual a importância do “credit guy” e o seu número de telefone, qual o nome do homem que ficou o dia inteiro à espera de fazer um nu que nem chega a aparecer na versão final, e outras preciosidades.
A adaptação do clássico inglês, pelo presidente da Troma, Lloyd Kaufman, é um atentado ao bom gosto e à intocabilidade do dramaturgo William Shakespeare. Um filme de baixíssimo orçamento, Tromeo and Juliet é grosseiro e violento, mas também é provavelmente um dos melhores filmes de série-B de sempre. Temos aqui exploitation, humor, escatologia, soft-core, gore e, supreendemente, uma belíssima história de amor. Destaque também para a realização de nível superior (para filme da Troma) e para a utilização do texto de Shakespeare quando os actores principais contracenam (nota-se perfeitamente que estão a ler o teleponto, mas isso é um pormenor irrelevante).
Não sendo uma adaptação fiel ao original, Lloyd Kaufman consegue conferir ao seu filme todo o espírito e energia de Romeo e Julieta. Isto é, se ignorar-mos as cenas onde se vêm mamilos a serem furados, ou pénis gigantes, ou mulheres a dar à luz pipocas, ou decapitações e desmembramentos, ou roedores enforcados, ou o facto do pai da Juliet ser um pedófilo incestuoso que gosta de trancar a filha numa jaula... Tirando isso, quem gostar de violência e sexo e não se enojar com cenas de bestialidade e projecção de vómito, tem aqui um agradável filme para a família! Procurai-o pois, petizada! Shakespeare como nunca imaginou!
Este filme é um produto genuinamente Tromático. Convém que não se deixem escandalizar com muitas meninas nuas a correr por todo o lado, máscaras de latex disformes e matéria verde a jorrar sempre que...desnecessário. Há personagens com apêndices (!?) de dimensões fora do comum, o gore está omnipresente e o humor é do mais macabro. Mas, afinal, a culpa é mesmo de Shakespeare! “Body piercing”, aquela moda de espetar no nariz, na boca ou pelo corpo, brincos, alfinetes ou outros objectos cortantes, já devia estar em embrião na época; desmembrar vivos ou mortos era corrente; e o sexo não era sempre dentro de parametros normais - para quem não saiba no tempo do bardo, eram os homens que interpretavam os papéis de mulheres. E se a guerra entre os Ques (leia-se “cues”) e os Capulets, e os amores iconoclastas de Tromeo e Juliet já vão dar muito que pensar, não se percam sobretudo os genéricos deste filme, verdadeiras pérolas do humor “à la Troma” onde se fica a saber quem fez o quê e como o fez, quem não entrou no filme, qual a importância do “credit guy” e o seu número de telefone, qual o nome do homem que ficou o dia inteiro à espera de fazer um nu que nem chega a aparecer na versão final, e outras preciosidades.
Nota: 8,0
Uma curiosidade, a narração está a cargo de Lemmy, vocalista da banda Motörhead.
Trailer: